sábado, 18 de julho de 2009

Motoristas, ciclistas e outros cidadãos...

Somos conservadores! Sempre que se tenta transformar alguma estrutura predominante da cidade, levantam-se vozes a protestar, seguidas de outras a defender tais mudanças. Isso é da democracia e é bem vindo, mas temos que superar essa nossa característica de defender apenas os interesses próprios. Essas manifestações em causa própria ignoram completamente os interesses do “outro” e até os da cidade e da cidadania. A recente implantação de mais um trecho de ciclo-faixa em Blumenau, iniciativa correta do poder público, desperta uma discussão importante, a questão da mobilidade urbana. Já sofremos sérios problemas devido à quantidade de carros circulando, a falta de planejamento urbano, o descaso das empresas de ônibus e a inexistência de soluções alternativas. O transporte de pessoas, cargas, e informações não pode ser tratado como uma conversa cotidiana entre leigos, deve estar embasada em informações e conhecimentos técnicos. A mobilidade deve ser tratada de forma integral, considerando todos os aspectos urbanos, tais como a paisagem urbana, a poluição ambiental, a qualidade de vida, o desenvolvimento econômico e a felicidade de todos. É um erro tratar o trânsito de forma isolada, apenas com cálculos e planilhas, suas causas e conseqüências são mais complexas e amplas, incidindo sobre todos os espaços e cidadãos, travando o desenvolvimento econômico e social de uma cidade. A solução passa por decisões estruturais e temos que toma-las rápido: prioridade absoluta para o transporte coletivo e o deslocamento não motorizado; buscar soluções democráticas embasadas em critérios técnicos; considerar alternativas combinadas e complementares, todos os modos de transporte são necessários e importantes, desde que utilizados corretamente. Não se trata de punir o usuário do carro, mas o fato é que estes precisam ceder espaço para outras formas de transporte mais eficientes, menos poluentes, mais agradáveis e baratos. As bicicletas são um componente fundamental para qualquer sistema de transporte urbano eficiente; elas são complementares e cumprem um papel específico. Muitos gostariam, por exemplo, de sair de casa pedalando 10 minutos até o terminal de ônibus mais próximo, deixar a bicicleta lá, pegar um ônibus até o trabalho e caminhar mais 5 minutos; a volta poderia ser de carona de carro com mais 3 amigos. Porque não implantamos o sistema de bicicletas públicas? Outro argumento utilizado é a topografia de Blumenau. O bom censo permite defender sua utilização prioritariamente nas diversas áreas planas da cidade, isso deve ser considerado pelos planejadores. Em relação à perda de vagas de estacionamento nos corredores de serviço, sugiro que utilizemos vários exemplos no mundo, onde o aumento de pedestres e ciclistas, a médio prazo, aumentou as vendas do comércio nestes pontos. Temos que avançar e preparar a cidade para o futuro, não apenas com discursos ou verbas mal aplicadas e obras pouco planejadas. Sem planejamento urbano adequado e a vontade coletiva da sociedade, continuaremos sendo apenas uma cidade bonitinha, mas sem vocação para se tornar uma cidade influente e atraente no século XXI, cujo principal fator é a alta qualidade de vida urbana.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Adensar e qualificar...

Não temos mais o privilégio de esperar, de testar, de fazer experiências, errar e tentar novamente... nossas cidades, Blumenau entre elas, estão saturadas, no limite. São vários os problemas, os problemas se espalham como vírus e o mais impressionante é que as autoridades, sociedade civil e até nós, os técnicos, nos calamos. Estamos todos cegos ou alienados, como gado indo para o matadouro. Tentaremos abordar neste espaço alguns destes problemas. Um dos mais graves é o espalhamento da cidade, o crescimento horizontal para a periferia ampliando absurdamente o perímetro urbano e sufocando o território rural e os espaços intermediários entre os centros urbanos. O poder público compactua com isso de duas maneiras, no nosso caso, quando lava as mãos e abandona suas responsabiliades de planejador urbano principal, atuando apenas em projetos pontuais e desenho urbano, no máximo; e quando atua no sentido de perpetuar esta dinâmica perversa do crescimento das cidades comprando terrenos fora das áreas de adensamento prioritário, longe das infra-estruturas urbanas principais, do transporte coletivo troncal e das ofertas de comércio e serviços. A volta do IPPUB pode ser um caminho, desde que se corrija os erros e deficiências de antes é possível pensar o futuro da cidade e atuar em seu planejamento e implementação coordenada, monitorando e avaliando os resultados a partir de indicadores confiáveis e precisos, construídos democraticamente... Mais gente morando numa mesma área permite a implantacão e viabiliza economicamente a existêcia de serviços, comércios, cultura, lazer e infra-estrutura urbana, além de incrementar as relações humanas e sociais, ou seja, o que dá sentido a nossas vidas, tão curtas!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

oasissantacatarina.ning.com

Está chegando a hora de mudar o mundo, devagarinho e começando por cada um de nós arquitetos do Médio Vale do Itajaí e Litoral de Santa Catarina. é hora de nos unirmos aos mais de 400 estudantes e profissionais que vêm de todo o Brasil para ajudar reconstruir as relações sociais após o desastre. Você pode participar, Marcelo Rosembaum vai estar aqui em julho, participando; Flavia Alessandra e Otaviano Costa gravaram um comercial para a RBS, estivemos no São Paulo Fashion Week etc. Acesse e conheça este game virtual e social em oasissantacatarina.ning.com boa aventura!

PRIVATIZAÇÃO DO ESGOTO!

VAMOS PAGAR MUITO CARO E OS INVESTIMENTOS SERÃO MODESTOS, OU SEJA, TODOS PERDEM, MENOS A EMPRESA VENCEDORA DA LICITAÇÃO, QUE LUCRARÁ MUITO. Enviem suas opiniões para geublu@gmail.com!

terça-feira, 7 de julho de 2009

TEGUCIGALPA

Tegucigalpa é a capital e a maior cidade das Honduras. Localiza-se no interior, no sul do país, aos pés da colina El Picacho, em um estreito vale formado pelo rio Grande ou Choluteca. Foi fundada em 1578 pelos espanhóis com a designação de San Miguel de Tegucigalpa. Tornou-se capital em 1880. Tegucigalpa é também a capital do departamento de Francisco Morazán.

O nome deriva do náuatle Teguz-galpa, que significa "montanhas de prata".

ou seja, nada de mais, a não ser em pleno século XXI um golpe de estado sem sentido, aplicado por uma direita decrépta e arcaica, uma mídia descompromissada com as questóes nacionais e sociais e um exército atrasado do ponto de vista político e militar.

A princípio, nós arquitetos estamos à nos perguntar, o que temos a ver com isso? Justamente, esta é nossa grande dívida, viver alienados, desconectados da realidade e dos problemas da cidades e das pessoas reais, no cotidiano, no dia a dia. Náo há planejamento urbano, arquitetura ou cidade, sem democracia e sem respeito às regras mínimas do humanismo e da vida comum e social em pleno século XXI. Precisamos incorporar as questões políticas ao nosso conjunto de preocupações, sem deixar de lado as questões técnicas, ao contrário, concentrar nestas e ir além, lutar e se organizar para viabilizar e implantar nossas idéias e projetos, apesar dos maus políticos e com apoio dos bons.

Qualquer arquitetura passa a ter sentido se estiver comprometida com as pessoas e com a cidade, náo há discurso sem prática e princípios verdadeiros e democráticos. Vilanova Artigas teve a coragem de assumir suas posicões políticas, foi cassado e mesmo assim a qualidade de sua arquitetura, antes e depois, segue como uma grande referência; talvez sua contribuição com as transformações sociais brasileiras tenham maior importância e permanência que sua arquitetura, sem diminuir a importância desta, ao contrário, apenas a engrandece!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ciclofaixas!

Talvez estejamos entrando numa nova era em Blumenau, onde a implantação da ciclofaixas passe a ser uma regra e não a excessão. De qualquer maneira qualquer iniciativa neste sentido deve ser celebrada e a Prefeitura está de parabéns por esta iniciativa. Devemos mobilizar nossos conhecimentos técnicos e políticos para construir um entendimento no sentido de mudar a estrutura urbana de Blumenau, buscar uma cidade mais sustentável, mais humana, mais bonita e um dos primeiros passos para isso é diminuir a quantidade de carros circulando e poluíndo nossas ruas. Claro que para isso temos que oferecer alternativas de qualidade e baratas, entre elas a bicicleta. Temos que insistir na tese de que podemos nos destacar em nível nacional como uma cidade de alta qualidade de vida, com criatividade, cultura pulsante e uma paisagem exuberante. Parabéns também pela Lei das Placas que está limpando a cidade e devolvendo nossa paisagem verdadeira, talvez o próximo passo seja começar a enterrrar a fiação elétrica nas ruas principais da cidade. Uma sugestão, porque não realizar outro concurso nacional para reurbanização da rua 7 de setembro, podemos aproveitar e inverter o lado de parada dos ônibus, facilitando o acesso ao centro principal da cidade. E finalmente, não podemos concentrar as ações apenas na área central de Blumenau, temos que pensar alternativas para a periferia e bairros mais distantes, tanto do ponto de vista da mobilidade, quando da qualidade urbana em geral.