Não podemos esquecer que se investirmos em espaços equilibrados, dignos e adequados à realidade dos moradores temporários (10 a 12 meses)estaremos evitando problemas maiores durante o funcionamente destes abrigos, o que poderia inviabilizar alguns deles, trazendo problemas muito mais graves e inclusive custos não previstos, principalmente custos sociais. Temos certeza, inclusive pelas conversas já realizadas, que a Prefeitura está sensível em relação ao problema e não poupará esforços para que estes abrigos sejam referência nacional em termos de qualidade, eficiência e simplicidade.
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Dignidade e identidade para os abrigos temporários...
Ontem continuaram os trabalhos para a elaboração do projeto arquitetônico e de interiores para os Abrigos Temporários, estiveram presentes a assistente social Karen e a arquiteta Ana Paula Lapoli, além da psicóloga Josiele do Conselho Regional de Psicologia e um estudante de psicologia. Foi um atelier muito interessante de idéias e projetos, avançamos bastante na concepção e seguimos na conclusão hoje do projeto piloto para apresentar ao Prefeito na sexta-feira. A posição do IAB é a partir desse projeto piloto garantir algumas diretrizes básicas de conforto e qualidade do espaço, entre as principais estão:
- pensar soluções flexíveis, simples e adaptáveis, considerando que o espaço será gerido com autonomia pelos próprios moradores temporários, que se organizarão em condomínios próprios;
- garantir dentro do possível o conforto acústico, de iluminação e principalmente ventilação;
- criar espaços a partir de materiais disponíveis e doações;
- possibilitar elementos que tragam identidade e referências de localização aos moradores;
- pensar soluções seguras em termos de prevenção de incêndio, vigilância sanitária, salubridade etc;
- acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência permanente ou temporária;
- criar espaços coletivos e de integração, tais como: sala comunitária, espaço da criança e do idoso, espaços de estar, churrasqueiras na área externa, espaços sombreados de permanência, refeitório humanizado etc.
Estas são apenas algumas diretrizes que estão norteando o trabalho, nosso desafio é pensar um espaço inclusivo, integrador e humanizado que seja simples, barato e de rápida execução, ou seja, viável sob todos os pontos de vista.
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Muito interessante a idéia de criar grupos que se proponham a assessorar de alguma forma a reconstruçao da cidade. Mas, falar em participaçao ampla da sociedade nas decisões neste contexto soa muito mal diante da ações que estão sendo efetivadas. Como podem conceber um projeto para abrigos num grupo tão restrito e com tão pouca (nenhuma, eu diria) representatividade da sociedade local? Precisariam necessariamente estarem presentes nesta discussão, representantes legítmos da sociedade, bem como e, sobreudo, dos abrigados. Não acham? Ou levarão as propostas para serem legitimadas depois? Não acredito neste tipo de participaçao. E nem na forma como estão conduzindo as ações.
ResponderExcluirAcho fundamental a observação dos intelectuais acadêmicos, principalmente vindos de uma professora que desenvolve ações práticas e comunitárias a bastante tempo em Blumenau. Concordo com as afirmações, quanto ao tema específico o grupo pretende apresentar a proposta base aos desabrigados, não apenas para informá-los, mas para ouvir sugestões e ai sim, concluir o projeto. Realmente não é a metodologia ideal, mas diante da situação foi possível. Sugiro ainda que se crie uma ampla mobilização para exigir que todos as ações e projetos sejam participativos desde o início, é o que pretendemos, IAB, firmando um convênio com a PMB para o apoio no desenvolvimento da estratégia habitacional de uso e ocupação do solo urbano e em seguida dos projetos dos conjuntos habitacionais. A luta de idéias está apenas começando...
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