domingo, 20 de dezembro de 2009

FRACASSA COPENHAGEN 2009!

Infelizmente continuaremos pagando pelo fracasso retumbante da COP 15, em Copenhagem. Os desastres ambientais em Santa Catarina cresceram exponencialmente e nunca foram táo devastadores e mortíferos, alguém tem dúvida que somos diretametne responsáveis por isso? É claro que existem ciclos paleológicos etc, do planeta, mas também é certo que nunca houve tanto impacto do homem, tanta destruição e tanta poluíção... Graças aos países ricos e principalmente aos EUA e Barak Obama perdemos mais uma grande oportunidade de começar a correr atrás do prejuízo. Até quando esperar? Quantas mortes seráo necessárias para que o problema seja encarado de frente? Se o clima fosse um BANCO, o sistema já teria juntado dinheiro suficiente para salvá-lo. E a África, e os países pobres, e as ilhas que estão submergindo, e a América Latina?
E nós arquitetos, qual nossa contribuição? Estamos à lavar as mãos, como sempre? Ou estamos interessados e pensando em como produzir uma arquitetura sustentável do ponto de vista ambiental, econômica e social? Estamos apenas à reproduzir a mesmice sem senso crítico ou estamos buscando compreender qual é o nosso papel e como será a arquitetura do século XXI? Vamos pensar um pouco sobre isso em 2010, e que cada arquiteto possa dizer que está preocupado sim, para além dos seus ganhos e seus umbigos...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Otimistas graças à...

Texto publicado no Jornal de Santa Catarina de 16/12/2009, hoje...
Estamos superando a crise? Não, não me refiro à recente crise, aliás, a atual que estamos tentando superar; pra variar de forma injusta e antidemocrática, onde governos assumem as dívidas de bancos e seguradoras para garantir além da estabilidade do “sistema”, o lucro dos acionistas. A crise a que me refiro é a da própria humanidade neste início do século XXI. Depois de mais de 200 anos o capitalismo já pôde provar várias vezes que não é a melhor forma de organização social, embora no século XVII tenha sido um grande avanço na superação do feudalismo. Não é preciso enumerar, apesar dos avanços, os malefícios deste sistema individualista, explorador e injusto. Mas a humanidade sempre evolui, inexoravelmente! Claro que existem altos e baixos, desvios e atrasos, mas o movimento é sempre pra frente, evolutivo. Temos motivos para ser otimistas, para continuar acreditando e lutando por um mundo melhor, esse é o sentido de nossa existência. Mesmo com 1 bilhão de pessoas subnutridas atualmente, a África em situação deplorável, guerras e conflitos generalizados, violência urbana, genocídio no trânsito, valorização do capital em detrimento do trabalho, a classe média tendo que trabalhar em 2 ou 3 empregos apenas para pagar as contas do mês. Quer dizer, é preciso ser persistente ou louco para continuar sendo otimista, mas o mundo precisa desta energia positiva. Neste início do século XXI a humanidade está precisando se redefinir, buscar novos rumos e valores, individuais e coletivos. É preciso superar a irracionalidade que domina a grande mídia, a governança mundial e os países ricos, os bancos e o sistema financeiro, a indústria armamentista etc, etc. Na verdade esqueci os motivos que me levaram a escrever sobre como sou otimista, talvez um torneiro mecânico na presidência aqui, um negro nos Estados Unidos, mulheres no Chile e Argentina e talvez aqui em 2011. Ou, pela tendência que as coisas têm de ser melhores naturalmente, aceleradas pelos cidadãos conscientes, defensores dos direitos humanos, ambientalistas, os bons políticos e governantes sérios, empresários engajados e todos nós. Uma visão otimista ilumina o futuro, ajuda a suportar o presente e a respeitar o passado. Apesar das injustiças, das ideologias divergentes e dos obstáculos, sejamos sensíveis, inconformados e otimistas!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Presente de Grego enviado pelo Correio!

PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE BLUMENAU, 15 de Dezembro de 2009.
Trata-se de um crime contra a paisagem urbana e a arquitetura de Blumenau, não podemos deixar de nos manifestar contra este presente de grego, dado a nós pela Empresa Brasileira de Correios. É lamentável que em pleno século XXI ainda tenhamos essa anti-cultura de projetar e CONSTRUIR um proto-pseudo-enxaimelado no centro de nossa linda cidade de colonização original predominante alemã. Claro que não podemos esquecer que tal colonização faz parte do passado, que deve ser respeitado e admirado, mas muitas outras ricas culturas se somaram a alemã para compor a identidade cultural de Blumenau, italiana, nordestina etc. De qualquer modo devemos repudiar de forma veemente soluções como a do novo prédio dos Correios, porque fere nossa identidade, mancha a paisagem urbana, cria uma falsa referência e confunde as pessoas porque não se trata de técnica construtiva enxaimel e nem tem referência com nenhuma arquitetura ou qualquer coisa que as pessoas conheçam ou se lembrem. A implantação é muito ruim, pois está grudada na calçada, que já é apertada; está um pouco elevado, impedindo o fluxo natural e direto e a relação dentro-fora, detonando a escala humana e a possibilidade de perspectiva, ou seja, das pessoas olharem e compreenderem o edifício, o objeto construído, que deve compor com a paisagem do entorno, enriquecendo-a. Não é o caso. Algumas paredes tortas e enviesadas, telhadinhos como se fossem apêndices sem sentido e aberturas pequenas e repetitivas compõe esse disparate arquitetônico que nos foi dado de presente. É preciso sair dessa postura aculturada e pensar o futuro, afinal, olhar pra frente é um dos principais componentes e alimento da cultura de um povo. Tudo só faz sentido, inclusive conhecer, estudar e respeitar o passado se for para caminhar para frente de uma forma melhor e mais equilibrada... Em pleno século XXI já está na hora de superarmos esse complexo de mundo da fantasia, vivendo de referências antigas e ultrapassadas, que já passaram. Para garantir um futuro melhor, pensando inclusive soluções ambientais e urbanas para diminuir o risco de novos desastres, tornando mais equilibrada a relação do homem com a natureza no Vale do Itajaí, passa necessariamente por uma nova forma de pensar, mais arejada, mas democrática, mais tolerante. Fundamentalmente com o novo como referência. A base disto deve ser a compreensão de nossa história, nossa cultura, nossa arquitetura e urbanismos anteriores, e não simplesmente, de forma alienada oferecer cópias mal feitas, que não atendem mais às necessidades e expectativas da sociedade do século XXI.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Moção do Comitê do Itajaí! BEIRA-RIO!

MOÇÃO nº 12, de 03 de dezembro de 2009
Moção às Prefeituras dos Municípios do Vale do Itajaí sobre obras em margens de rios O Comitê do Itajaí, criado pelo Decreto Estadual No 2.109, de 5 de agosto de 1997, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei Federal No 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, pela Lei Estadual No 9.748, de 30 de novembro de 1994, que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos, e tendo em vista o disposto no seu Regimento Interno, aprovado pelo Decreto Estadual No 3.426, de 4 de dezembro de 1998, alterado pelo Decreto Estadual No 2.935, de 10 de setembro de 2001, pelo Decreto Estadual No 5.791, de 11 de outubro de 2002, e pelo Decreto Estadual No 3.582, de 7 de outubro de 2005, e Considerando que a Prefeitura Municipal de Blumenau (PMB) contratou um projeto para a margem esquerda do rio Itajaí-açu, no trecho compreendido entre a ponte da estrada de ferro e a prainha, denominado Beira-Rio Margem Esquerda; Considerando que o referido projeto tem como objetivo evitar futuros deslizamentos, como os que ocorreram nas enchentes de 1984 e 2008; Considerando que tal projeto prevê a supressão de toda a vegetação em avançado estágio de regeneração da margem identificada, para nela repetir as decisões de engenharia executadas na Beira Rio, incluindo enrocamento, concretagem de parte considerável do talude, gramado e, no nível mais elevado, calçada e ciclovia com dimensionamento de 7 metros de largura; Considerando que o projeto em questão pretende suprimir um significativo corredor ecológico no coração da cidade de Blumenau, de aproximadamente quatro hectares (40.000 m2), com espécies nativas e exóticas, no qual podem ser encontradas, dentre a fauna, mais de 200 espécies de aves que o usam como passagem, abrigo e nidificação; Considerando que, apesar do grande impacto desta obra, até a presente data, o projeto da PMB não foi publicado em qualquer órgão de imprensa local; a ele apenas é feito menção em curtas mensagens, o que dificulta à comunidade dele tomar merecido e necessário conhecimento, destituindo-a da participação nas decisões públicas; Considerando que da forma como foi concebido, o projeto da PMB poderá causar impactosnegativos não só na paisagem urbana e no meio ambiente, mas na própria dinâmica do rio e nas margens à jusante e à montante; onsiderando que o projeto, de maneira geral, representa um retrocesso nas formas e abordagens das intervenções em margens de rios, e caminha na direção contrária às tendências mundiais deste tipo de intervenção; Considerando que a Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), o Núcleo de Estudos Urbanos e do Centro de Ciências Tecnológicas da FURB (Neur) e o Projeto Piava realizaram uma oficina, nas dependências da FURB, com a participação de técnicos pesquisadores e acadêmicos, para elaboração de alternativas menos impactantes do que o projeto da PMB, e que levassem em consideração a preservação ecológica, a contenção dos deslizamentos e a criação de um espaço de uso público para pedestres e ciclistas; Considerando que o grupo acima mencionado demonstrou, assim, a possibilidade do uso de distintas técnicas contemporâneas de bioengenharia em um traçado que compatibiliza a proteção da vegetação ciliar, o fluxo dos animais e plantas via margem existente e a criação de espaços de lazer e contemplação;
Considerando, ainda, que o projeto em pauta está em desacordo com o Plano Integrado de revenção e Mitigação de Desastres Naturais da Bacia Hidrográfica do rio Itajaí, aprovado pelo Comitê do Itajaí em 24 de setembro de 2009;
O Comitê do Itajaí DECIDE dirigir-se:

• às prefeituras municipais da Bacia do Itajaí;

• às câmaras de vereadores dos municípios da bacia do Itajaí;

• às associações de municípios do vale do Itajaí;

• ao Grupo Técnico-Científico, regulado pelo Decreto nº 2445, de 13.07.2009;

• ao Ministério Público Estadual;

• ao Ministério das Cidades;

Para solicitar:

1. Que a Prefeitura Municipal de Blumenau reveja a concepção do referido projeto e a forma de conduzi-lo;

2. Que o novo projeto a ser elaborado atenda as considerações acima e esteja de acordo com as técnicas contemporâneas de intervenção em margens de rios difundidas no mundo todo;

3. Que o novo projeto contemple a participação da população, por meio da discussão com representantes das organizações da sociedade civil interessada em audiências públicas,

4. Que o novo projeto seja apresentado ao Comitê do Itajaí;

5. Que o novo projeto, assim elaborado, seja amplamente divulgado para todos os municípios da bacia do Itajaí, tornando-se um exemplo a ser seguido. Tercílio Bonessi Presidente do Comitê do Itajaí

• ao Ministério Público Federal.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Edifícios Garagem Fora! Do Centro.

eh um equívoco propor edifícios garagem no centro de Blumenau, o correto seria pensar um sistema integrado a partir do entorno dos terminais urbanos, articulados com edifícios garagem, ciclovias e bicicletários. Segundo informações o veto do Prefeito Kleinubing ao projeto aprovado na Camara que incentivava a implantação destes edifícios no centro da cidade, não se deu devido a discordância conceitual, mas a erros jurídicos e ajustes na redação... fica cada vez mais claro a falta de planejamento urbano a que estamos sujeitos em nossa região, apesar de algumas pessoas e técnicos esforçados. As decisões e ações vão sendo efetivadas sem que se saiba exatamente suas consequências a curto e médio prazo, e muito menos sua correlação com as demais dimensões do desenvolvimento urbano.

Floripa precisa reagir, por Laudelino José Sardá *

A desordem no crescimento urbano é reflexo do descompromisso e da ostentação de uma gestão pública incapaz de enxergar os sinais de decadência de Florianópolis. Bastaria gostar da cidade para o gestor identificar as ameaças de deterioração social e econômica e investir em soluções rápidas. Mas o gestor ignorou o perfil de uma cidade fincada entre montanhas e mar, preferindo obras vistosas, como os viadutos, aliás, aqueles amontoados de concreto. O ano encerra-se com a cidade em estado deplorável. O tenor italiano Andrea Bocelli não cantará mais por R$ 4 milhões. Músicos da Itália terão de vir com ele e, assim, mais R$ 1,4 milhão de despesas. A árvore de Natal não sairá por menos de R$ 3 milhões, enquanto os fogos de artifício vão exigir mais um desembolso de quase R$ 1,5 milhão. Há os gastos de R$ 1,8 milhão com mais um kartódromo, e Schumacher exigiu um cachê de U$ 400 mil para vir dar uma voltinha de kart na pista. Foi para isso que o Sapiens Parque foi projetado?Neste cenário desolador, a cidade perdeu até o que tinha. Seus teatros vivem fechados, casas históricas em demolição, as raízes artísticas em extinção e nada é construído pensando na história e na vida de Florianópolis. Somos, hoje, uma cidade desconstruída, sem identidade. Todos os seus segmentos, quer culturais ou empresariais, estão adormecidos, quem sabe com medo de o governante prenunciar o mal, a exemplo de Floriano Peixoto, que matou dezenas de ilhéus em nome de uma falsa república. É preciso reagir. E, independente de ideologias e de partidos sem ideologias, Florianópolis necessita recuperar a sua dignidade para afastar o risco de o prefeito alienígena e irresponsável destruir completamente este manto natural que ainda espelha uma referência mundial em qualidade de vida.O silêncio da cidade é o verme que a consome. * Jornalista e professor

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Esclarecimento IAB - Beira-Rio!

Para que dirimir quaisquer dúvidas ou mal entendidos é importante reforçar alguns pontos em relação ao posicionamento dos arquitetos e urbanistas, demais profissionais, GEU-BLUMENAU e IAB-BLUMENAU em relação à polêmica urbana mais recente de nossa cidade, a Reurbanização da Beira-rio, margem-esquerda: 1) O IAB-BLUMENAU é uma entidade autônoma de congraçamente e articulação da profissão, dos profissionais e da arquitetura e do urbanismo, não tem e nunca teve representação ou autoridade para representar de forma direta e muito menos legal, o conjunto de arquitetos da cidade e região;
2) O IAB-BLUMENAU vem se manifestando e se posicionando em defesa da cidade, suas qualidades, do patrimônio ambiental, social, cultural, urbano e arquitetônico da nossa região. Na primeira hora pós-desastre se colocou à disposição para ajudar e participar com seus conhecimentos técnicos e atribuições profissionais, representado por um grupo de arquitetos e convidando todos os demais;
3) O GEU ou Grupo de Estudos Urbanos foi criado no âmbito do IAB com o intuíto de discutir, estudar e polemizar sobre as questões pertinente á profissão, como urbanismo, desenho urbano, gestão pública, arquitetura etc. Mas não existe nenhum vínculo formal ou dependência de um em relação ao outro, inclusive juridicamente. O GEU têm autonomia e suas opiniões e posições publicadas neste BLOG NÃO REPRESENTAM A POSIÇÃO NEM DO IAB-BLUMENAU E NEM A DOS DEMAIS PROFISSIONAIS;
4) O texto publicado mais abaixo e divulgado erroneamente como sendo de autoria do IAB-BLUMENAU é de autoria das entidades que a subscrevem abaixo do referido texto, ou seja, NEUR, ACAPRENA e PROJETO PIAVA . O fato de estar publicado neste blog não significa que a entidade IAB concorda com ele. Abaixo segue carta do IAB, pública, enviada ao Prefeito Municipal, ali está explícita a posição da entidade.
5) O IAB-BLUMENAU se reunirá nesta quarta feira dia 09/12, para deliberar e se posicionar oficialmente sobre este assunto. Aproveitamos a oportunidade para CONVIDAR todos os arquitetos e urbanistas interessados.
6) O IAB, como vem fazendo de forma corajosa e responsável nos últimos anos em Blumenau, não deixará de tomar uma posição e torná-la pública, baseando-se nos critérios técnicos e nas suas atribuições profissionais, mas principalmente na opinião da maioria dos presentes na reunião.
7) Esse esclarecimento não foi redigido e nem representa a posição do IAB, foi uma iniciativa do GEU-BLUMENAU e o IAB poderá se manifestar em oportunidade adequada.
8) Independente de posições partidárias ou divergências técnicas, todos temos que defender a paisagem urbana, a sociedade e sua relação equilibrada com a natureza, a identidade da cidade e acima de tudo defender que as decisões e políticas públicas sejam tomadas após amplo processo de divulgação, informação, participação e opinião; e que as decisões reflitam a opinião da maioria da sociedade, nem que para isso seja necessário desagradar outros interesses ou para reformular decisões equivocadas.
Agradecemos a atenção de todos e convidamos todos os arquitetos e cidadãos para lutar de forma radical para que tenhamos cidades melhores, mais bonitas, mais democráticas e mais sustentáveis, para esta e as próximas gerações. Somos responsáveis!

Carta do IAB-BLUMENAU à Prefeitura de Blumenau.

Manifestação contra projeto Beira-Rio!

Acaprena, em colaboração com alunos da biologia, e alunos de outros cursos que o desejarem, fará uma manifestação pública contra tornar o rio Itajaí em um canal, interrompendo o fluxo das espécies da fauna via corredor da mata ciliar. Convido para participar todos os cidadãos de boa vontade, os quais entendem que os rios devem continuar sendo rios, com suas margens naturais. Horário: Sexta (dia 4) 11:30 na Beira Rio em frente à Prefeitura. Dra. Lucia Sevegnanisócia Acaprena.

Perigo! Beira-rio ameaçada...

Prezado colega e cidadão,
Tomamos conhecimento de um projeto contratado pela Prefeitura Municipal de Blumenau, para a margem esquerda do Rio Itajaí-Açu, no trecho compreendido entra a ponte da estrada de ferro e a prainha – denominado Beira Rio Margem Esquerda. Este projeto, que tem o objetivo de evitar futuros deslizamentos, como os que ocorreram nas enchentes de 1984 e 2008, suprime toda a vegetação em avançado estágio de regeneração dessa margem, para nela repetir as decisões de engenharia executadas na Beira Rio, ou seja, enrocamento, concretagem de parte considerável do talude, gramado e, no nível mais elevado, calçada e ciclovia com dimensionamento de 7 metros de largura. Pretende suprimir, assim, um formidável corredor ecológico no coração da cidade, de aproximadamente 40.000 m2, com espécies nativas e exóticas, no qual podem ser encontradas, dentre a fauna, mais de 200 espécies de aves que o usam como passagem, abrigo e nidificação. Apesar do grande impacto desta obra, até a presente data, o projeto da PMB não foi publicado em qualquer órgão de imprensa local. Apenas a ele se fez menção em curtas mensagens, que não permitem à comunidade, dele tomar merecido e necessário conhecimento. Diante disto, e preocupados com o teor e as repercussões desta obra, resolvemos dar publicidade, tanto de uma avaliação do projeto da PMB, assim como a elaboração de alternativas feitas durante uma oficina realizada nas dependências da FURB com a participação de técnicos, pesquisadores e acadêmicos, que levaram em consideração a preservação ecológica, a contenção dos deslizamentos e a criação de um espaço de uso público para pedestres e ciclistas. A proposição de alternativas visa demonstrar a possibilidade do uso de distintas técnicas contemporâneas, como a bioengenharia, em um traçado que permite compatibilizar a proteção da vegetação ciliar existente e a criação de espaços de lazer e contemplação. Considera-se, de maneira geral, que o projeto da PMB representa um retrocesso nas formas e abordagens de margens de rios, e caminha na direção contrária às tendências mundiais deste tipo de intervenção. Da forma como está o projeto, este poderá causar impactos não só na paisagem urbana e no ambiente natural como na própria dinâmica dos rios, na medida em que esse padrão possa ser replicado para as demais cidades da bacia hidrográfica. Solicitamos, para o bem de nossa cidade e do Vale do Itajaí, de nossos filhos e netos, que esta mensagem seja divulgada ao maior número de pessoas, para tentar tornar este processo decisório o mais criterioso possível, com a devida participação de toda a comunidade. Saudações.
NEUR – Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais ACAPRENA – Associação Catarinense de Preservação da Natureza PROJETO PIAVA

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dubai em ruinas!

Totalmente previsível, a partir do momento que os Ditadores de Dubai decidiram de forma arrogante, centralizada e anti-democrática construir uma disneiländia no deserto era só uma questáo de tempo para sua ruína. Sinceramente achei que este simulâcro de cidade turística duraria mais uns 5 ou 6 anos, mas a morátória que abalou o mundo nesta semana, declarada por bancos e construtoras de lá, abriu os olhos de todos. Construções abandonadas, trabalhadores superexplorados e agora sem pai, nem mãe e muito menos direitos trabalhistas, uma paisagem desolada e revoltante...
um país com aldeia de pescadores, totalmente integrado aquele ambiente, com o dinheiro negro jorrando teria um grande potencial turístico se houvesse um projeto de nação, democrático, com a participação de todos poderiam ser construídos uma infra-estrutura coerente, sustentável, de forma planejada e com preocupação paisagística e principalmente com as características do clima local e a cultura do deserto, mas não a arrogância global do capitalismo acha que pode criar apenas com dinheiro uma cidade e suas relações urbanas, não é possível... Importante que todos saibamos que cidades são fruto das relações humanas, sua interação com o ambiente o a passagem do tempo... Viva a queda de Dubai! Que sirva de lição para os arrogantes de plantão!

Paisagem Ameaçada!

Creio que com bom senso e a sensibilidade com a cidade, sua história e sua essência podem nos levar a ser uma referência mundial em termos de desenvolvimento cidadão e sustentável. Não são ações retrógradas e ultrapassadas, de grande impacto visual, estrutural e paisagístico que trarão isso. Falo da Reurbanização da Beira-Rio, que deve ser tratada com muito carinho e respeito, envolvendo toda a cidade, sem pressa e de afogadilho, acho que é possível com técnica e ações de permacultural e geologia/engenharia ambiental de baixo impacto criar um parque ciliar única no mundo, respeitando a vegetação e a fauna, com passarelas e decks suspensos, pistas de arvorismo, ciclovias, microcontenções usando a própria estrutura da natureza e sua lógica a nosso favor. Podemos dar exemplo, e isso no século XXI se faz com simplicidade, participação, criatividade e sensibilidade. Acredito que todos os envolvidos tem boas intenções, por isso sugiro que deixemos a raiva de lado e possamos construir uma solução em conjunto, buscando o melhor para toda a cidade e a região, não apenas pensando no curto prazo, mas nos próximos 100 anos.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Otimismo!

Estamos superando a crise? Não, não me refiro à recente crise, aliás, a atual que estamos tentando superar; pra variar de forma injusta e antidemocrática, onde governos assumem as dívidas de bancos e seguradoras para garantir além da estabilidade do “sistema”, o lucro dos acionistas. A crise a que me refiro é a da própria humanidade neste início do século XXI. Depois de mais de 200 anos o capitalismo já pôde provar várias vezes que não é a melhor forma de organização social, embora no século XVII tenha sido um grande avanço na superação do feudalismo. Não é preciso enumerar, apesar dos avanços, os malefícios deste sistema individualista, explorador e injusto. Mas a humanidade sempre evolui, inexoravelmente! Claro que existem altos e baixos, desvios e atrasos, mas o movimento é sempre pra frente, evolutivo. Temos motivos para ser otimistas, para continuar acreditando e lutando por um mundo melhor, esse é o sentido de nossa existência. Mesmo com 1 bilhão de pessoas subnutridas atualmente, a África em situação deplorável, guerras e conflitos generalizados, violência urbana, genocídio no trânsito, valorização do capital em detrimento do trabalho, a classe média tendo que trabalhar em 2 ou 3 empregos apenas para pagar as contas do mês. Quer dizer, é preciso ser persistente ou louco para continuar sendo otimista, mas o mundo precisa desta energia positiva. Neste início do século XXI a humanidade está precisando se redefinir, buscar novos rumos e valores, individuais e coletivos. É preciso superar a irracionalidade que domina a grande mídia, a governança mundial e os países ricos, os bancos e o sistema financeiro, a indústria armamentista etc, etc. Na verdade esqueci os motivos que me levaram a escrever sobre como sou otimista, talvez um torneiro mecânico na presidência aqui, um negro nos Estados Unidos, mulheres no Chile e Argentina e talvez aqui em 2011. Ou, pela tendência que as coisas têm de ser melhores naturalmente, aceleradas pelos cidadãos conscientes, defensores dos direitos humanos, ambientalistas, os bons políticos e governantes sérios, empresários engajados e todos nós. Uma visão otimista ilumina o futuro, ajuda a suportar o presente e a respeitar o passado. Apesar das injustiças, das ideologias divergentes e dos obstáculos, sejamos sensíveis, inconformados e otimistas!
Texto do Arquiteto Christian Krambeck, publicado no jornal Folha de Blumenau, 23/11/2009.

domingo, 15 de novembro de 2009

CONCURSO PÚBLICO MARCO DE ENTRADA DE BRUSQUE!

Vem ai mais uma grande oportunidade de pensar a cidade e propor uma intervenção que possa marcar a paisagem urbana de Brusque e contribuir para a imagem da cidade. É hora de mostrar que arquitetura pode ir muito além de cumprir adequadamente suas funções... O Concurso do Portal de Brusque realizado pela Prefeitura de Brusque em parceria com o IAB-SC merece destaque, é uma iniciativa que contribui com a profissão e com a arquitetura, indicando um caminho possível para sair do marasmo e da mesmice dos projetos feitos internamente nos departamentos técnicos das prefeituras. Não se trata de menosprezar os respectivos arquitetos que ali trabalham, mas constatar que é impossível conciliar a pressão do dia a dia e o volume de trabalho cotidiano que têm com a concentração necessária para pensar um projeto arquitetônico desta importância. Parabéns também ao prefeito de Brusque pela sensibilidade e percepção de que o Concurso Público é o melhor caminho para qualificar a cidade e sua arquitetura e que o poder público tem obrigação constitucional é cidadã de incentivar e aplicar ao máximo este expediente.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Simplicidade ou mediocridade...

Como poderíamos definir a falta de criatividade, a fraqueza das iniciativas políticas, falta de competência técnica e principalmente a articulação e integração entre todas essas dimensões na gestão de nossas cidade em pleno século XXI? Mediocridade ou apenas algo natural e imutável, resultado de um conformismo arraigado em nossa sociedade, que se contenta com uma suposta democracia, simulâcro de governança? Realmente a impressão é que os políticos atuais, pelo menos a maioria deles, estão superados, envelhecidos, arcaicos e ransosos e ao mesmo tempo os articuladores e lideres sociais atuantes não se empolgam com a idéia de intervir e participar mais ativamente da vida pública, buscando algo novo, leve, sério, comprometido, criativo e efetivo para as cidades e seus problemas. Será que é realmente tão difícil administrar as cidades ou o maior problema é a falta de vontade e vocação pública das pessoas, que na maioria das vezes estão focadas na satisfação única e exclusivamente dos interesses próprios e em alguns casos, excusos! E o pior é que não temos opção de candidatos decentes e que representem o novo, que possam levar um dos anceios dos arquitetos à frente, o planejamento urbano, a gestão qualificadas das cidades e cidades mais sustentáveis e felizes... sugiro que o IAB se organize para debater o futuro das cidades, aliás, todos os arquitetos, inclusive os omissos que só pensam no seu umbigo ou escritório e não estão nem ai para a cidade, o futuro da profissão e para a qualidade da arquitetura. Serviu a carapuça em alguém? Claro que não, porque todos os arquitetos da médio vale do Itajaí são combativos, críticos, comprometidos, interessados e cidadãos...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Blumenau, nossa paisagem única!

Parque das Itoupavas e Velha, ótimas notícias...

Boas notícias chegam, parece que ano que vem teremos 2 novos parques urbanos de pequenos porte, um na Itoupava Central e outro na Velha. Não podemos deixar de elogiar esta iniciativa e torcer para que a Prefeitura tenha condições de cobrir todas as regiões da cidade, inclusive com estratégias para a região Metropolitana.